Fama, privilégios e decadência: quem paga essa conta?
Do caso P. Diddy ao auxílio iPhone — uma reflexão sobre moralidade (ou a falta dela).
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Olá, caro leitor.
Você acredita que os fins justificam os meios? Já foi atormentado por escolhas do passado?
Nesta edição, abordaremos desde o julgamento de P. Diddy até as regalias de procuradores em São Paulo, refletindo sobre como fama, poder e hipocrisia moldam as regras do jogo. E, claro, quem paga a conta no final.
Vamos juntos!
Caso P. Diddy e a moralidade duvidosa de famosos
Imagem: P. Diddy (Sean Combs)
A caixa de Pandora do julgamento de P. Diddy (Sean Combs) foi aberta neste mês. O rapper e empresário enfrenta acusações de tráfico sexual, extorsão, conspiração e transporte para prostituição.
Tudo começou com sua ex-namorada, Cassie Ventura, que entrou com um processo contra ele em novembro de 2023. Suas acusações envolviam estupro, abuso físico e controle psicológico.
E como no meio midiático uma coisa puxa a outra, o processo de Cassie acabou desencadeando novas denúncias e investigações, que insinuaram bastidores bastante bizarros no meio hollywoodiano.
Em seu depoimento de mais de 20 horas, Cassie relatou inúmeros casos de violência, abuso psicológico e práticas sexuais degradantes. Teve até vídeo exibido no tribunal que mostrava o rapper agredindo-a em um hotel.
As festas de Diddy, conhecidas como “Freak offs”, também foram mencionadas. Com drogas e práticas sexuais deturpadas, cabe à nossa imaginação mensurar o que acontecia durante tais eventos…
O julgamento ainda está em curso mas, independentemente dos resultados, o caso acende um alerta que não podemos ignorar: até quando continuaremos com idolatrias cegas a pessoas famosas que nunca conheceremos?
Embora a justiça ainda não tenha batido o martelo, essas e outras pessoas estão ditando os costumes e a moralidade da sociedade moderna apenas por sua fama. Até quando permitiremos esse tipo de régua em nossas vidas?
E como em tempos digitais, a opinião pública vem antes da justiça, qualquer clipe pop vira teoria conspiratória… Teve até gente interpretando o clipe Yummy, de Justin Bieber, como uma denúncia aos abusos de Diddy.
Imagem: Clipe Yummy - Justin Bieber
O representante pessoal de Bieber, porém, negou qualquer envolvimento do cantor como vítima do rapper.
Leia mais em: https://exame.com/pop/caso-p-diddy-entenda-acusacoes-contra-o-rapper-julgamento-ja-dura-sete-dias/
Auxílio iPhone de R$ 22 mil. Quem paga essa conta?
Voltando ao Brasil, é importante observar notícias pouco divulgadas…
A Procuradoria-Geral do Município de São Paulo implementou um benefício incrível para seus procuradores: o pagamento de até R$ 22 mil para a compra de celulares, computadores e outros eletrônicos.
O benefício pode ser renovado a cada 3 anos e, pasme: os bens adquiridos não são incorporados ao patrimônio público.
Mas você sabia que esses procuradores possuem um rendimento médio de R$ 46 mil e são a categoria mais bem remunerada do funcionalismo público de São Paulo? Pois é. Eles ganham mais do que o prefeito.
A capital possui 397 procuradores, e se todos solicitarem o benefício, o custo pode ultrapassar R$ 8 milhões. Dividindo o valor pelo período de 3 anos, o gasto mensal é de R$ 611. Será que dá para estar sempre de iPhone novo com este valor?
A instituição se defendeu dizendo que o benefício está na lei municipal e não representa ônus ao orçamento público. Ah, claro que não…
Você, meu caro leitor, se tem uma “vida CLT”, deve saber que muitos trabalhadores ficariam felizes com um vale-alimentação de R$ 600. Agora, imagine receber R$ 46 mil e ainda ter essa grana extra para trocar o celularzinho? Que pão de açúcar, não é mesmo?
E este é o momento em que precisamos abrir nossos olhos, pois esse tipo de coisa acontece com frequência aqui no país. Você pisca e uns caras aumentam o próprio salário em 20%.
Fora outros absurdos que a mídia tradicional só fala durante 5 minutos e olhe lá…
E enquanto perdemos tempo com tretas na internet, tem servidor público sorrindo à toa em um país onde um vale-refeição de R$ 600 é um luxo para muitos.
O Brasil das regalias continua vivo. E inacessível para 98% da população.
Vale a indignação e a reflexão: não deixe notícias como essa passarem em branco. Lembre-se disso e use como motor para ter mais senso crítico na hora de colocar o dedinho na urna. Afinal, tudo é politicagem…
A decadência de um homem em um filme com romance, sedução, poder e morte
Imagem: Filme “Beco do pesadelo”
Mas nem só de manchetes vive a reflexão. Às vezes, o cinema também escancara nossas verdades mais sombrias…
Se você é fã da atmosfera circense retrô e também curte horror, suspense e reflexão, “O Beco do Pesadelo” é um excelente filme.
Nele, Guillermo del Toro faz uma adaptação de “O Beco das Almas Perdidas”, um filme noir de 1947, mas, na versão recente, Guillermo mostra que somos nós, seres humanos, que transformamos os outros em selvagens.
Na trama, vemos a decadência de um homem ambicioso, que se junta a uma psicanalista vigarista para aplicar golpes em ricaços.
Os dois exploram a dor da perda de alguém amado — algo tão íntimo e universal — em benefício próprio, fingindo mediunidade com um charlatanismo ensinado e ensaiado.
Quantos casos como esse não vemos por aí? Seja em igrejas, templos ou indivíduos que afirmam serem “iluminados”, os golpes vão desde desfalques na carteira a abusos sexuais, podendo até induzir as pessoas ao suicídio.
Voltando ao filme, nos deparamos com uma teia de deterioração, exploração, vícios e dinheiro, e como tudo isso molda nossa experiência e nos define enquanto seres humanos.
Podemos refletir, dessa forma, até onde vão nossas escolhas e como elas estão moldando nosso futuro todos os dias.
Afinal, às vezes a justiça dos homens falha, mas a nossa própria consciência pesa e nos transforma em seres atormentados pelas barbaridades que cometemos.
Confira aqui o filme na Amazon Prime!
E quando falamos de decadência humana, impossível não lembrar do brilhante livro “O retrato de Dorian Gray”, de Oscar Wilde, que também relata o poder das escolhas e as consequências futuras em um livro que mistura paixão, hedonismo e deslumbramento.
Já anotou as recomendações?
Agora, deixo aqui a seguinte reflexão: talvez não seja o sistema, a fama ou o dinheiro os grandes vilões, mas sim nossa complacência com o erro quando ele nos beneficia.
Qual desses temas mais te indignou hoje? Me conta!
E se você tem alguma sugestão para a ARQUIVOS, responda este e-mail! Vou adorar conversar contigo.
Até semana que vem!